domingo, 28 de novembro de 2010

Baiana de Conceição do Coité está na final da Olimpíada de Português

Ana pretende continuar escrevendo e sonha praticar os talentos também na música

Conceição do Coité - “A Elis Regina me fez descobrir o que é sentir e é este sentimento que me inspira a escrever”. Foi com estas palavras que a estudante Ana Maria Cedraz Oliveira explicou o gosto pela escrita. Com apenas 14 anos ela é finalista da segunda edição da Olimpíada da Língua Portuguesa na categoria crônica, concorrendo com mais 37 finalistas de todo o País no evento que acontece segunda-feira, 29, em Brasília, e é realizado pelo Ministério da Educação e pela Fundação Itaú Social.
Aluna da 8ª série da Escola Estadual Durval da Silva Pinto, em Conceição do Coité (a 234 km de Salvador), Ana Maria se diz mais do que fã da cantora Elis Regina e aponta a musa como a principal motivação que a levou a ter gosto pela literatura. “Após assistir a um especial, em 2006, sobre a vida da Elis, comecei a enxergar o mundo de forma diferente, compreendendo cada ser humano e respeitando o seu espaço e assim comecei a colocar no papel o que sentia”, assegurou.
Filha de pais separados, a estudante tem na mãe, a costureira Ana Cirle Cedraz Cordeiro, com quem divide uma casa simples no centro da cidade, o seu porto seguro, já que desde pequena foi estimulada a ler, principalmente romances. “Sempre falei para ela que o estudo era tudo na vida da gente, pois é por meio dele que conquistamos nossos sonhos”, revelou a mãe, que, orgulhosa pelo êxito da filha, passa horas no seu ateliê adiantando as encomendas para poder acompanhar a garota na viagem. “Não posso deixar as minhas clientes na mão, com certeza darei conta de tudo antes de viajar”.
Foi com a crônica O toque, o fascínio, o lugar, texto que fala sobre a cavalgada que acontece no município de Conceição do Coité, que a estudante conseguiu se destacar entre os cerca de 27 mil participantes de todo o País. Ana Maria tem como livros de cabeceira obras de Clarice Lispector, a quem atribui o poder de levar os leitores a fazer uma autoanálise. “Só gosto de ler aquilo com o que me identifico, então não leio best-seller. Quero continuar escrevendo para, quem sabe, me tornar escritora”.

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